Tinha somente 18 meses mas uma simples manobra do progenitor tirou-lhe a vida, ao atropelá-la com um jipe todo-o-terreno, à porta de casa, na Ericeira, Mafra. Os pais enlutados estão já a ser apoiados por psicólogos do INEM.O local de residência de P. G. e J. G. tinha tudo para ser considerado idílico, tal é a calma da Fonte Boa da Brincosa, na freguesia da Ericeira, concelho de Mafra, e a paisagem envolvente. Mas, ontem, transformou-se num lugar de dor e angústia para familiares e amigos devido à perda da filha daquele casal, atropelada mortalmente pelo pai, anteontem à noite, quando este chegava a casa.
Segundo fonte do Núcleo de Investigação de Acidentes de Viação do Destacamento de Trânsito de Torres Vedras, o acidente terá ocorrido perto das 20.30 horas, quando J. G. “ao não se aperceber da criança, tendo em conta a altura, realizou uma manobra com o carro que se revelou mortal”. O progenitor acabou por atingir a bebé de 18 meses com o jipe pickup [com caixa aberta].
Ao JN, o comandante dos Bombeiros da Ericeira, Nuno Silva, disse que, pelas 20.36 horas, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) deu o alerta para o incidente. “Destacámos para o local uma ambulância com três tripulantes. A criança já se encontrava inconsciente e em paragem cardiorespiratória”, explicou.
O socorro acabou por ser reforçado com uma equipa médica do INEM, também activado pelo CODU, mas de pouco valeram as tentativas de reanimação realizadas. O óbito da bebé acabou por ser declarado ainda no local do acidente, perante o transtorno dos progenitores, como descreveu, ao JN, um dos vizinhos.
O corpo da menina foi transportado para a morgue do Centro Hospitalar Distrital de Torres Vedras, tendo a GNR da Ericeira iniciado uma investigação ao incidente, contando com a colaboração do Destacamento de Trânsito da GNR de Torres Vedras, já que se tratou de um atropelamento. O JN pôde observar, na tarde de ontem, dois militares daquele destacamento a procederam à recolha de diversos vestígios do acidente, entre eles, os dos rodados do veículo. O INEM disponibilizou, entretanto, apoio psicológico aos pais.
O casal vivia há cerca de dois anos naquela moradia da rua do Retiro do Rossio. Pouco conviviam com a restante vizinhança. “Nunca foram pessoas de grande conversa connosco. Nota-se que têm boas profissões e que gostam de entrar e sair de casa sem dar nas vistas. Apenas estabeleceram amizade com uma senhora que vive na ponta da rua”, adiantou um dos vizinhos, que pediu anonimato.
O JN tentou falar com os familiares e amigos enlutados, mas o sentimento de angústia levou-os a reagirem mal à presença dos jornalistas.
Fonte: JN